![Big Data nas Decisões Políticas: como esse oceano de informações pode ajudar a governar melhor?](https://static.wixstatic.com/media/nsplsh_e6217db284124efb8fd1e482b2b80751~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_652,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/nsplsh_e6217db284124efb8fd1e482b2b80751~mv2.jpg)
Imagine ter acesso a um gigantesco banco de dados, reunindo informações sobre saúde, educação, segurança, economia e tantos outros aspectos da vida na sua cidade ou Estado. É com base nesse "oceano de dados" que o big data e a análise de dados prometem revolucionar a forma como as políticas públicas são formuladas e implementadas. Mas será que isso é mesmo possível?
Volume de Dados Globais Disparam: A previsão é de 2.142 zettabytes até 2035.
Um tsunami de dados está chegando! De acordo com especialista em Tecnologia da Informação, a quantidade global de dados criados, capturados, copiados e consumidos deve crescer exponencialmente nos próximos anos. Em 2020, esse volume já atingiu impressionantes 64,2 zettabytes (equivalente a 64,2 trilhões de gigabytes), e a previsão é que ultrapasse os 2.142 zettabytes até 2035, segundo dados divulgados pela Statista.
O fator impulsionador desse crescimento meteórico é, em parte, a pandemia de COVID-19. Com o aumento do trabalho remoto, estudo à distância e opções de entretenimento caseiro, a demanda por dados disparou, superando até mesmo as expectativas iniciais.
Mas nem tudo o que é criado permanece: apenas 2% dos dados gerados em 2020 se mantiveram até 2021. Apesar disso, a necessidade de armazenamento acompanha o ritmo frenético da produção. A capacidade global de armazenamento deve crescer a uma taxa composta anual de 19,2% até 2025. Em resumo, prepare-se para um futuro inundado por dados - o desafio será gerenciar, armazenar e extrair insights valiosos desse vasto oceano de informação.
Um estudo publicado na revista Policy & Internet traz um panorama dos caminhos que a ciência está percorrendo para utilizar o big data a favor do bem comum. A pesquisa, coordenada por pesquisadores da Universidade do Texas (EUA), analisaram centenas de artigos científicos publicados sobre o tema e identificaram quatro áreas principais de investigação:
Capacitação: Como dotar governos e instituições públicas das habilidades e ferramentas necessárias para trabalhar com big data?
Tomada de decisão baseada em dados: Como utilizar as informações coletadas para embasar decisões políticas mais justas, transparentes e eficazes?
Produtividade: Como o big data pode ajudar a otimizar a prestação de serviços públicos e melhorar a relação custo-benefício das ações governamentais?
Análise de políticas: Como desenvolver novas metodologias para avaliar o impacto das políticas públicas, utilizando dados em larga escala?
O estudo destaca que, apesar do grande potencial do big data, ainda há muitos desafios a serem superados. Um deles é a questão da ética e da privacidade. É fundamental garantir que os dados coletados sejam utilizados de forma responsável e que a privacidade dos cidadãos seja respeitada. Outro desafio é a capacitação dos servidores públicos. É preciso investir em treinamento e qualificação para que possam extrair todo o potencial das ferramentas de análise de dados.
Mas o que isso significa para você, que trabalha na área da saúde, é gestor público ou está pensando em concorrer a um cargo eleito?
O big data oferece uma oportunidade valiosa para compreender melhor as necessidades da população e direcionar as políticas públicas de forma mais efetiva. Imagine, por exemplo, poder identificar precocemente surtos de doenças, direcionar recursos para regiões com maior vulnerabilidade social ou personalizar programas de saúde de acordo com o perfil de cada indivíduo.
É claro que utilizar o big data de forma responsável e ética é fundamental. Mas, se bem aproveitado, esse "oceano de informações" tem o potencial de transformar a forma como as políticas públicas são feitas, beneficiando a todos os cidadãos.
ESTUDO DE CASO:
TRANSFORMANDO DADOS EM VANTAGEM COMPETITIVA: COMO UMA MINERADORA CHINESA FEZ ISSO?
A era digital transformou os dados em um ativo estratégico indispensável para as empresas. Mas como, na prática, desbloquear o valor escondido nessas informações? Um estudo de caso realizado na mineradora chinesa Shandong Gold (Gold) revela insights valiosos para gestores públicos, políticos, organizações de saúde e empresas da área da saúde interessados em usar o poder dos dados.
CONTEXTO
A Gold, buscando se tornar uma mineradora digital de classe mundial, precisava extrair valor de seus vastos dados operacionais. Mas como transformar esses dados brutos em conhecimento estratégico?
O segredo? Governança de dados bem estruturada.
METODOLOGIA
O estudo, publicado na revista Information & Management, utilizou uma abordagem de caso único para analisar profundamente a implementação da governança de dados na Gold. Através de entrevistas, documentos internos e reportagens, os pesquisadores identificaram as atividades-chave e as ações estratégicas adotadas pela empresa.
PRINCIPAIS DESCOBERTAS
A Gold adotou quatro atividades fundamentais para sua governança de dados:
Colaboração baseada em dados: incentivou o compartilhamento e uso compartilhado de informações entre diferentes departamentos.
Percepção do potencial dos dados: cultivou uma cultura organizacional que valoriza o uso de dados para tomada de decisões.
Desenvolvimento de capacidades: investiu em treinamento e capacitação para que os funcionários pudessem trabalhar com dados de forma eficaz.
Estabelecimento de legitimidade dos dados: criou processos e regras claras para garantir a qualidade, segurança e privacidade dos dados.
Para apoiar essas atividades, a Gold implementou duas ações estratégicas:
Investimentos em tecnologias digitais: modernizou sua infraestrutura tecnológica para coleta, armazenamento e análise de dados.
Desenvolvimento de mecanismos de governança: implementou processos, comitês e políticas para gerenciar efetivamente os dados.
RESULTADOS
Ao adotar essas práticas, a Gold conseguiu:
Transformar dados em insights acionáveis para otimizar processos, reduzir custos e melhorar a segurança.
Aumentou a transparência e a confiabilidade das informações usadas na tomada de decisões.
Cite: Soares, JAR. Big Data nas Decisões Políticas: como esse oceano de informações pode ajudar a governar melhor? Vox & Gov. Publicado em: 15.02.24. Disponível em: https://www.voxegov.com.br/post/big-data-nas-decisoes-politicas-como-esse-oceano-de-informacoes-pode-ajudar-a-governar-melhor
Jesus, T. H., Oliveira, V., & Silva, L. F. (2021). Research themes in big data analytics for policymaking: Insights from a mixed-methods systematic literature review. Policy & Internet. https://doi.org/10.1002/poi3.258.
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Taylor, Petroc. Volume of data/information created, captured, copied, and consumed worldwide from 2010 to 2020, with forecasts from 2021 to 2025". Nov 16, 2023 - Statista. Disponível em: https://www.statista.com/statistics/871513/worldwide-data-created/#statisticContainer
Armstrong, M. (2019, 16 de abril). Global Data Creation is About to Explode [A criação global de dados está prestes a explodir]. Statista Digital Economy Compass. https://www.statista.com/chart/17727/global-data-creation-forecasts/
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