Com o objetivo de contribuir para a disseminação do tema no país, o Observatório de Direitos dos Pacientes do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília e o Observatório de Direitos dos Pacientes da Universidade Federal de Juiz de Fora constituíram um grupo de pesquisadores de distintas áreas do conhecimento visando produzir material inédito acerca do engajamento de pacientes e de familiares na segurança do paciente.
Os resultados das pesquisas desenvolvidas ao longo deste ano culminaram com a publicação desta obra, única no país sobre engajamento de pacientes e de familiares na segurança do paciente, sob a ótica interdisciplinar.
Capítulo: AS CONTRIBUIÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES DE PACIENTES VÍTIMAS DE DANOS ASSOCIADOS AOS CUIDADOS EM SAÚDE PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE NO BRASIL
As Organizações de Pacientes (OPs) de vítimas de Danos Associados aos Cuidados (DACS) no país constituem um importante movimento da sociedade civil organizada que apoia pacientes e familiares, bem como vocalizam seus reclamos, mesmo que de forma não estruturada em advocacy ou de engajamento na formulação, implantação e monitoramento de políticas públicas. Desse modo, essas OPs, em razão da sua importância, ancorada notadamente no conhecimento experiencial de seus integrantes e das pessoas que aglutinam, possuem um profundo potencial transformador da realidade da segurança do paciente no país.
No entanto, esse potencial precisa ser otimizado mediante a articulação das OPs com outras entidades e órgãos que atuam em prol da segurança do paciente, e por meio do aprimoramento dos seus conhecimentos em direitos dos pacientes e segurança do paciente. Ao longo do tempo, as OPs de vítimas de DACS foram consolidando seu espaço no campo jurídico, que se configura, mormente, por meio da busca de punição de profissionais de saúde e do apoio legal e psicológico a pacientes e familiares, mas esse papel é diminuto em face da sua força, que está no fato de ser um espaço de pacientes e familiares que amplifica a sua voz, a qual não é escutada por uma sociedade que naturaliza os eventos adversos na saúde, inclusive mortes evitáveis.
Acesse o livro completo:
Comments